Publicado terça, 05 de novembro de 2019
As avenidas Conde Ribeiro do Valle e Dona Floriana são as principais vias de acesso a cidade e bairros e, em cada uma, são inúmeros os comércios que se desenvolvem em sua trajetória.
A avenida Conde Ribeiro do Valle, nos seus 138 anos de história, possuía uma extensão total de 900 metros.
O vice-prefeito Joaquim Cecílio Ribeiro havia assumido a prefeitura por um período de dois meses, no lugar de Walmor Russo, que se afastou para fazer um tratamento médico. O vice, percebendo o progresso que poderia trazer à cidade, resolveu colocar em prática o projeto de prolongar a Avenida Conde Ribeiro do Valle do ponto onde ela terminava, nas proximidades da Polenghy até o alinhamento do stand do Tiro de Guerra.
Quando assumiu o cargo de prefeito, nos meses de fevereiro e março do ano de 1974, Joaquim Cecílio tinha apenas 59 dias de mandato e ainda um Carnaval para ser organizado. E neste pequeno espaço de tempo, ele e o presidente da Câmara, Latif Farah, conseguiram entrar em acordo com os proprietários dos terrenos no final da avenida, e fizeram as desapropriações. Todos concordaram e não houve nenhuma demanda judicial. Foi uma verdadeira façanha na história da administração pública guaxupeana, graças a grande capacidade destes dois homens.
Para a realização da obra foi encaminhado à Câmara um projeto de lei que, depois de votado e aprovado por unanimidade no dia 14 de fevereiro de 1974, foi sancionado no mesmo dia e se transformou na Lei Municipal nº 625.
Nestes 59 dias, Joaquim Cecílio conseguiu ampliar a Avenida Conde Ribeiro do Valle em 514 metros e decretou Utilidade Pública, por um prazo de dois anos, os terrenos quem iam dar continuidade a Avenida até o alinhamento do stand do Tiro de Guerra. Terminado os dias de mandato de Joaquim Cecílio, o cargo de prefeito foi assumido pelo titular e as obras de prolongamento da Avenida foram esquecidas até hoje.
Este prolongamento trouxe o progresso para vários bairros, além de proporcionar o surgimento de outros naquela região.
É importante lembrar que a obra de prolongamento da Avenida foi realizada pela Prefeitura numa época em que não possuía recursos, tinha um número mínimo de funcionários e uma frota extremamente reduzida de velhas e sucateadas máquinas. As obras foram realizadas pelos próprios funcionários da Prefeitura, não empreitando nenhum serviço.
Até o final da década de 1960, a avenida Dona Floriana terminava na esquina da Rua Aparecida. A partir deste cruzamento iniciava-se a estrada com destino a Tapiratiba.
A estrada, que se iniciava dentro dos terrenos da família de Abud Farah, era muito estreita e com curvas extremamente acentuadas.
As ruas Felipe dos Santos e Capitão Erasmo de Barros e a Avenida Inconfidentes, não tinham ligações com a saída da cidade e os moradores dos bairros Vila Rica e Vila Campanha, que já existiam na época, se quisessem ir até a saída da cidade, tinham que passar, obrigatoriamente, pela rua Aparecida, que na época tinha tráfego de mão dupla.
Toda esta confusão do trânsito acabava descontentando os moradores e não dava um aspecto harmonioso.
Na administração do prefeito Antônio Costa Monteiro Jr, Toninho Monteiro, surgiu a idéia de se melhorar a saída da cidade e colocar uma certa ordem no trânsito do alto da cidade.
Para resolver o problema, o prefeito da época procurou a família de Abud Farah para propor o melhor acordo entre as partes, pois os terrenos a serem desapropriados tinham o seu valor, mas a Prefeitura tinha poucos recursos disponíveis.
O comerciante Latif não mediu esforços para a realização de mais um melhoramento para Guaxupé e depois de fechado o acordo com o prefeito Toninho Monteiro, teve o consentimento dos proprietários do terreno para a realização da obra.
A obra foi realizada com autorização da Câmara, votada e aprovada em 5 de agosto de 1971.
Com a construção da Praça Dr. Antônio Costa Monteiro e o prolongamento da Avenida Dona Floriana, houve um grande desenvolvimento na cidade. O trânsito do alto da cidade foi regularizado abrindo a ligação da saída da cidade com as ruas Felipe dos Santos, Capitão Erasmo de Barros e Avenida dos Inconfidentes.
Também considerada uma das avenidas principais do centro da cidade, teve sua abertura projetada na década de 1920, mas devido ao córrego que passa pelo seu centro e pela região pantanosa de suas imediações, sua efetiva abertura ocorreu somente na década de 1950.
O nome da avenida deve-se ao médico Dr. João Carlos de Magalhães Gomes, nascido em Ouro Preto, em 13 de dezembro de 1860, filho de Carlos Tomás de Magalhães Gomes e de Maria Benícia Coelho.
A ideia da abertura da avenida nasceu na década de 1920 pelo seguinte motivo: o Termo Judiciário de Guaxupé foi criado em 1917, a Comarca instalada em 1º de janeiro de 1926. Naquela época funcionava o Fórum, a Delegacia de polícia, o Quartel da PM e a Cadeia em um mesmo prédio, na rua Luis Costa Monteiro.
Com a criação da Comarca, o pequeno prédio não tinha condições físicas para continuar abrigando o Fórum e os cartórios criados a partir da instalação da comarca. Na época, foi feito um acordo com a Câmara Municipal para a construção do prédio do Fórum, nascendo a avenida Dr. João Carlos, sendo o prédio a primeira construção daquele local.
O prédio foi inaugurado em 1928. Houve, portanto, uma inversão, pois a avenida nasceu em função de uma construção e não ao contrário.
Na década de 1950, a cidade já havia progredido com o aumento do movimento e aquele ‘brejo’ em pleno centro da cidade atravancava o progresso e, dessa forma, o prefeito daquela época, dr. Geraldo Ribeiro do Valle, resolveu canalizar o córrego e pavimentar a avenida.
Wilson Ferraz, pesquisador e historiador