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Guaxupé, 15 de fevereiro de 2025


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Correio Sudoeste celebra 52 anos de fundação com grandes desafios

Publicado terça, 21 de janeiro de 2025





Em 21 de janeiro de 1973, chegava às casas dos guaxupeanos a primeira edição do jornal Correio Sudoeste. Impresso na Gráfica Marques, do amigo Antônio Carlos Marques (Moreno), na Rua Aparecida, o jornal, com apenas quatro páginas, foi recebido com muito carinho e respeito.

Tudo começou em 1972, quando o jovem Eloadir de Almeida Vieira, o Léo, natural de Cabo Verde e recém-chegado de Goiás (hoje Tocantins), cursava o 3º ano do curso Técnico de Contabilidade na Academia de Comércio São José e resolveu, junto com outros colegas, editar um jornalzinho que levou o nome de “O Acadêmico”. A iniciativa deu certo, com excelente aceitação, inclusive fora dos meios escolares. Como dizia Eloadir, “o jornalzinho chamou tanta atenção dos políticos da época, inclusive de Ítalo Russo, presidente da Associação Comercial e Industrial de Guaxupé – ACIG, e pai do então prefeito Walmor Álvaro Toledo Russo”.

Diante disso, Ítalo manifestou a intenção de conhecê-lo, o que acabou acontecendo através do professor Antônio Carlos Rosseti, durante uma reunião da ACIG.

A ideia era fundar mais um jornal semanário em Guaxupé, pois naquela época a cidade só contava com o jornal Folha do Povo. Eloadir relatava: "Após algumas reuniões presididas por Ítalo Russo, ficou acertado de que este jornal teria o nome de CORREIO SUDOESTE, seria dirigido por mim, Eloadir, tendo como diretor financeiro o professor Menelau Russo e como redator o capitão Washington Ferreira de Toledo. E assim foi feito.

O sucesso foi tão inesperado que impossibilitou os fundadores de continuar ajudando Eloadir na administração do jornal e da redação, pois demandava muita dedicação e tempo. Ele assumiu tudo sozinho, como único proprietário.

Como a empresa ainda não tinha equipamentos próprios e o jornal precisava se adaptar a um novo formato (maior que o tablóide), toda produção era realizada em outras cidades da região, como Poços de Caldas e São José do Rio Pardo. Mas foi em 11 de novembro de 1975 que o Correio Sudoeste inaugurou sua oficina própria, na Praça Paulo Carneiro, bem no centro de Guaxupé. Naquela época, foi adquirida uma linotipo (máquina tipográfica que hoje foi substituída pelo computador) e uma impressora plana. Toda a manutenção das máquinas era feita por Eloadir (Léo), já que na região era impossível encontrar profissionais que dessem a assistência necessária.

Com os equipamentos, o Correio Sudoeste prestava serviços gráficos de vários tipos, além da impressão do próprio jornal.

Em 1995, aconteceu uma grande mudança. Com novos maquinários, o Correio Sudoeste passou a circular com mais páginas e com fotos ilustrativas. O que antes demorava uma semana para ser produzido, agora, com offset, a impressão de todo o jornal era feita em menos de um dia! Foi uma revolução e tanto para o jornal. Dois anos depois, para completar essa mudança, o jornal começou a circular colorido.

"Eu acompanhei de perto todas essas etapas da empresa e do jornal e é fantástico olhar pra trás e perceber o quanto a comunicação avançou com a modernidade. De repente, da noite para o dia, as salas se encheram de computadores, tínhamos muitas máquinas fotográficas trabalhando em eventos de todo tipo, e as páginas do jornal eram bonitas de se ver. As notícias chegavam a todo momento e era muito ágil a divulgação na época", comentou a atual proprietária Lucinéia Vieira, segunda filha de Eloadir.

O nome Correio Sudoeste cruzou o país todo e continua sendo referência no Sudoeste de Minas, um legado deixado por Léo. "Até hoje, mesmo com vários portais de notícias e sites, muitas pessoas se referem ao jornal com respeito e admiração. Lembro que grandes emissoras jornalísticas ligavam na redação do jornal toda semana para saber as notícias mais importantes da cidade e enviavam equipes de reportagens. Agora, com a facilidade da internet, a ‘troca’ de informação continua entre o Correio e os grandes jornais. Chegar aos 52 anos e ainda sermos referência para um meio tão concorrido é motivo de muito orgulho", comenta Lucinéia.

Desafios do jornalismo

"Enquanto a inovação gráfica aproximou ainda mais a imprensa dos leitores, as inovações tecnológicas tornaram praticamente impossível medir até onde uma notícia pode alcançar – ou até onde ela pode deixar de chegar", disse a jornalista Lucinéia.

"Diferente do marketing, onde precisamos focar nos desejos do cliente, em uma persona, o jornalismo é amplo. Uma notícia que para alguns passa sem interesse, para outros não. Então são várias as áreas de atuação de um jornal online, que demanda muita mão de obra, o que não acontecia no jornal impresso", relata.

A jornalista comenta que um dos maiores desafios atualmente da imprensa recai sobre a área comercial. "As redes sociais foram e são ainda fortes concorrentes para a imprensa. Praticamente todo comércio tem um perfil que demanda profissionais capacitados e custos altos para mantê-los. São pouquíssimas as empresas/instituições que veem no jornalismo um trabalho exaustivo de levar a informação de forma gratuita a toda população. Eu até uso uma frase que descreve isso: a informação é gratuita, mas o trabalho do jornalista não". O jornalista tem a função de transformar a informação em notícia, e é um trabalho penoso, que demanda tempo, principalmente para aqueles que querem noticiar com responsabilidade. Talvez até seja essa pressa em noticiar de qualquer jeito, sem verificar as fontes de informações, que favorece as fake news”.

Outro desafio que Lucinéia faz questão de mencionar é sobre a concorrência com os internautas: "Antigamente, o jornal era a ponte de acesso da população com as autoridades. Agora, elas se comunicam diretamente através de suas redes sociais. Muitos preferem publicar um fato inédito, como um acidente, talvez para se sentir importante, exclusivo, sei lá. Não vão atrás dos fatos, da verdade, querem curtidas e serem reconhecidos, mas só quando esbarram nas leis da informação é que sentem o peso de ‘noticiar’ sem critérios.

"Sinto que tem mudado um pouco esse estrelismo de estar com um celular bem na hora de um acontecimento e sair divulgando por aí, até porque a justiça tem ficado de olho nos abusos da exposição da vida alheia. E não reclamo dessa conduta, nem tenho medo de regulamentação de redes sociais. Se nós, do jornalismo, somos regidos por leis e normas, por que não os usuários das redes sociais? A discussão vai além da política, no meu modo de ver. Tem a ver com respeito ao próximo e à verdade”.

Projetos futuros

De olho nas novidades na área de comunicação, Lucinéia Vieira lançou em fase experimental, em 2024, o podcast CorreioCast e Várias Variáveis. Diversas personalidades da cidade participaram das entrevistas, e a recepção por parte dos leitores e seguidores do jornal foi incrível. “A intenção do podcast é sair um pouco desse mundo trágico que virou as notícias e dar leveza à nossa vida. Quero mostrar a todos que podemos viver mais tranquilos e alegres ouvindo conversas que inspiram, divertem e trazem novas perspectivas", concluiu Lucinéia, esperançosa com o impacto positivo de seu projeto na comunidade.

Com equipamentos de alta qualidade e ambiente climatizado, o estúdio do podcast também poderá ser alugado para outros profissionais que veem neste meio de comunicação uma oportunidade de alcançar suas audiências de forma eficiente e envolvente. Com a possibilidade de gravação de áudio cristalino e ambiente confortável, o estúdio se torna um espaço propício para a criação de conteúdos diversos, ampliando as vozes e perspectivas disponíveis no cenário local.

“Muito em breve vamos divulgar nosso endereço e começar a convidar muita gente legal da nossa cidade para estes encontros que tenho certeza, todos vão gostar. Espero contar com o apoio dos amigos, dos seguidores e principalmente do comércio local para que este projeto seja um marco na história da comunicação da cidade”, finaliza Lucinéia.




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