Publicado quinta, 01 de agosto de 2024
A febre oropouche, uma nova arbovirose transmitida pelo mosquito-pólvora e pelo pernilongo, está preocupando as autoridades de saúde em Minas Gerais. Desde as primeiras notificações em maio, os casos aumentaram 77% nas últimas duas semanas, passando de 83 para 147 diagnósticos no estado. A cidade de Joanésia, no Vale do Aço, concentra 96 desses casos.
A doença, considerada uma versão mais branda da dengue, já causou a morte de duas mulheres jovens na Bahia, o que é inédito. Até 2023, Minas Gerais não havia registrado nenhum caso da febre oropouche. Médicos infectologistas apontam que as mudanças climáticas e a vulnerabilidade da população mineira ao vírus estão facilitando a transmissão.
O Vale do Aço é a região mais afetada, com 97% dos casos. Joanésia, Coronel Fabriciano, Timóteo e Ipatinga são as cidades com maior número de diagnósticos. A febre oropouche se beneficia das temperaturas mais quentes e das condições ambientais que favorecem a reprodução dos mosquitos vetores.
O infectologista Adelino de Mello Freire Jr., presidente da Sociedade Mineira de Infectologia, destaca a necessidade de organização das autoridades sanitárias para prevenir a piora do cenário. Ele também alerta para a possibilidade de mutação viral, tornando o arbovírus mais agressivo.
O que é febre oropouche?
A febre do oropouche é doença causada por um arbovírus (vírus transmitido por artrópodes). Ela é transmitida pelo mosquito Culicoides paraensis, conhecido popularmente como maruim ou mosquito-pólvora, ou pelo pernilongo.
Existem dois tipos de ciclos de transmissão da doença:
-Ciclo Silvestre: Nesse ciclo, os animais como bichos-preguiça e macacos são os hospedeiros do vírus. Alguns tipos de mosquitos, como o Coquilletti diavenezuelensis e o Aedes serratus, também podem carregar o vírus. O mosquito Culicoides paraenses, conhecido como maruim ou mosquito-pólvora, é considerado o principal transmissor.
-Ciclo Urbano: Nesse ciclo, os humanos são os principais hospedeiros do vírus. O mosquito Culicoides paraenses também é o vetor principal. O mosquito Culex quinquefasciatus, o pernilongo comumente encontrado em ambientes urbanos, pode transmitir o vírus também.
Sintomas
Os sintomas da Febre do Oropouche são parecidos com os da dengue e da chikungunya:
dor de cabeça, dor muscular, dor nas articulações, náusea e diarreia.