Publicado sexta, 12 de julho de 2024
Minas Gerais não registra casos autóctones (com transmissão no território) de sarampo desde o ano de 2020, quando 22 foram confirmados. A imunização em massa também foi fundamental para o Brasil zerar o registro de casos de outras doenças de impacto na saúde pública, como a varíola, erradicada no país em 1973, e a poliomielite, eliminada em 1994.
Para evitar a volta dessas doenças, é fundamental ampliar o acesso à vacinação durante todo o ano e alcançar a meta de cobertura vacinal de 95%, preconizada pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), de forma homogênea nos municípios mineiros.
Por isso, o Governo de Minas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), trabalha continuamente para aumentar e diversificar as oportunidades de acesso às vacinas do calendário de rotina, que protegem contra doenças que preocupam pelo potencial de transmissibilidade de pessoa a pessoa.
“Com o Programa Vacina Mais, Minas, estamos atuando em duas frentes. A primeira estratégia é o incentivo à vacinação extramuros. Já investimos, desde 2023, R$ 165 milhões para que os municípios realizem a vacinação fora das salas de vacina, como no ambiente escolar, e, assim, aumentem a cobertura vacinal”, destaca o subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdocimi.
Segundo ele, a segunda linha de ação dentro do programa são os vacimóveis, veículos equipados para funcionar como unidades itinerantes de vacinação. Com investimentos de mais de R$ 100 milhões do Governo de Minas, 77 municípios mineiros foram contemplados e receberam recursos para aquisição do veículo. Os demais municípios do estado serão atendidos por meio de 51 Consórcios Intermunicipais de Saúde.
“As vacinas de rotina estão disponíveis em todas as Unidades Básicas de Saúde (UBS), que costumam funcionar de segunda a sexta-feira. Mas sabemos que muitos responsáveis trabalham nesse mesmo período, o que torna inviável levar as crianças para vacinar”, pontua.
“Por isso, é tão importante contarmos com o vacimóvel em locais como praças e rodoviárias, onde realmente a população circula. Os veículos já foram adquiridos, estão em fase de adaptação pela montadora e logo estarão rodando”, detalha.
Alerta
Entre janeiro e julho de 2024, foram registrados, em Minas, 144 casos de catapora (varicela) e um óbito entre crianças menores de 10 anos. Em 2023, não houve registro de óbito nesse mesmo grupo etário, mas foram 587 casos da doença.
Quanto à meningite, foram cem casos e 11 óbitos de janeiro a julho de 2024, entre os menores de 10 anos.
A médica infectologista do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (Cievs Minas), Daniela Caldas, explica que a vacinação segue sendo a estratégia mais eficaz para o controle dessas e de outras doenças.
“Identificar rapidamente um caso confirmado de doença infecciosa, fazer o tratamento adequado e isolar o paciente quando necessário também ajuda no controle da transmissão do vírus, mas até essa confirmação acontecer, outras pessoas já foram expostas àquela doença. Por isso, a imunização é primordial. Ou seja, mesmo que a pessoa seja exposta ao vírus, se ela estiver adequadamente vacinada, não vai adoecer, ou ainda, não de forma mais grave”, ressalta.
Confira o Calendário Nacional de Vacinação da Criança neste link.