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Bandas de músicas serão inventariadas pelo Estado

Publicado quarta, 03 de julho de 2024





O Estado vai abrir no próximo dia 10 de julho um cadastro de bandas musicais de Minas, que serão inventariadas com vistas a um reconhecimento como patrimônio cultural imaterial para fins de salvaguarda, instrumento de proteção e preservação. O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27/6/24) pela subsecretária de Estado de Cultura e Turismo, Nathália Larsen.

Ela participou na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) de audiência pública na Comissão de Participação Popular, na qual demais convidados e deputados cobraram novamente o apoio do Governo do Estado às bandas musicais. Foi lembrado que, há dois anos, o mesmo assunto foi discutido na ALMG, sem que o quadro de dificuldades enfrentadas por esses grupos tenha mudado.

Minas é o Estado do País que mais tem bandas musicais - 810, segundo cadastro da Funarte, a Fundação Nacional de Artes do Ministério da Cultura, e 705, segundo registros da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo (Secult) -, mas elas ainda lutam por incentivos.

Segundo frisou o presidente da comissão, deputado Marquinho Lemos (PT), que pediu a audiência, faltam ações à altura da importância que as bandas musicais têm para a identidade cultural mineira, posicionamento endossado pelo deputado Professor Cleiton e pela deputada Lohanna, ambos do PV.

O diretor administrativo do Movimento Salve as Bandas de MG, Michel Lara, apontou entre as reivindicações do segmento recursos para pagamento de maestros e professores, criação de um fundo estadual específico para essas bandas, bem como de um plano estadual de salvaguarda.

Ele frisou que, normalmente, as bandas musicais nascem num bairro carente, onde as comunidades têm mais necessidade. Assim, esses grupos não teriam apenas valor cultural, mas importância como política pública transversal, que perpassa as áreas de saúde, educação, ação social e segurança pública.

Conforme explicou, essas bandas recebem pessoas com deficiência, contribuem para a formação musical, envolvem histórias familiares e pessoas de todas as idades, além de tornarem mais difícil que um membro engajado se envolva em problemas com a polícia.

Michel Lara ainda apresentou na audiência dados de um levantamento recente feito pelo movimento, tendo como amostragem 91 bandas musicais mineiras, a maioria no Sul de Minas.

Destas, 46 disseram não ter nenhum reconhecimento como patrimônio, 40 têm reconhecimento municipal e quase nenhuma é reconhecida em âmbito estadual ou federal.

Somente 34 têm sede própria, 30 ocupam espaço cedido pela administração pública e 10 pela iniciativa privada, sendo que 12 estavam sem nenhuma sede e quatro alugavam espaço; 46 remuneram o professor, as demais, não.

Ele ressaltou também que 78 das 91 bandas têm a documentação em dia, estando, portanto, aptas a receberem recursos públicos, mas ainda assim esbarram em dificuldades para sua manutenção e formação de novos músicos.




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