Publicado sexta, 01 de março de 2024
O mês de fevereiro termina em Guaxupé com um dos maiores registros de casos positivos da dengue, comparando aos anos anteriores.
Foram registrados de 1 de fevereiro a 1 de março, 1.038 positivos, 429 negativos, 1.653 notificações, e atualmente 48 aguardando resultados, além de um caso de chikungunya.
Em fevereiro de 2023, foram contabilizados durante todo mês, apenas 3 positivos. E o auge da doença aconteceu entre abril e maio, com 84 e 112 positivos, respectivamente.
Desde o início do ano, Minas Gerais registrou 332,3 mil casos prováveis de dengue, com 35 óbitos confirmados. Dois óbitos aconteceram em cidades vizinhas: Arceburgo e Monte Belo, que também confirmaram 1 e 3 casos de chikungunya.
Várias ações de enfrentamento contra o mosquito da dengue tem sido realizada pelas autoridades municipais, estaduais e federais.
Nesta semana, em Guaxupé, vários bairros receberam e vão continuar a receber o fumacê, técnica que consiste em utilizar bombas costais que emitem uma "nuvem de fumaça’’ formada por um inseticida que elimina a maior parte dos mosquitos adultos.
Mas além do fumacê, o melhor e mais eficaz meio de combater o mosquito Aedes aegypti é evitar sua proliferação.
O subsecretário de Vigilância em Saúde da SES-MG, Eduardo Prosdoscimi, destaca que a maior parte dos focos do mosquito estão dentro de residências, em recipientes como vasos de plantas e pratinhos, além de áreas externas onde itens acumulados podem gerar água parada.
O Ministério da Saúde vai realizar neste sábado, dia 2, a campanha Dia D-Brasil unido contra a dengue, onde rebaterá a informação: ‘10 minutos contra a dengue’.
Dados
Em janeiro de 2024, permaneceu mais frequente (34,9%) a infestação dos depósitos móveis (vasos, frascos e pratinhos de plantas, bebedouros, recipientes de degelo das geladeiras etc.), semelhante aos quatro levantamentos realizados em 2023.
Lixo, sucata e entulho ocuparam a segunda colocação entre os recipientes mais infestados em janeiro de 2024 (25%), assim como visto nos levantamentos feitos em janeiro, maio e outubro de 2023.
Os depósitos utilizados no armazenamento de água para consumo humano ao nível do solo (tonel, tambor, barril, filtro etc.) apareceram em terceiro lugar (17,5%) entre os mais infestados, assim como foi observado em 2023. Pneus e outros materiais rodantes ocuparam a quarta posição (10%), seguidos dos depósitos fixos (tanques em obras, borracharia ou horta, calhas, lajes, sanitários, piscinas, ralos etc.) com 9%.
Nas últimas colocações, apareceram os depósitos de água elevados ligados à rede pública ou a sistemas de captação (caixa d´água, tambor, depósitos de alvenaria etc.) e os depósitos naturais (bromélias, ocos de árvores e de rochas etc.) com 2,0% e 1,6%, respectivamente.
Fatores de aumento
O aumento no número de casos neste período do ano não era esperado, considerando as tendências históricas, que indicam o pico das epidemias entre março e abril. Os motivos para esta situação diferente do esperado têm raízes múltiplas, mas as alterações climáticas, em especial na época de chuvas, e a mudança nos sorotipos circulantes da dengue, são alguns dos principais fatores. A imunidade para dengue é sorotipo-específica, então a circulação de diferentes sorotipos aumenta o risco de disseminação da doença porque alcança parte da população sem defesas (imunidade).
Como combater o mosquito
-Mantenha lixeiras sempre tampadas.
-Deixe o quintal sem lixo e entulhos e coloque garrafas e baldes de cabeça para baixo.
-Mantenha reservatórios de água do ar-condicionado, geladeira e umidificador secos e vazios.
-Os ralos devem estar limpos e protegidos por tela.
-Não use pratinhos que acumulam água sob os vasos de planta.
-Os bebedouros dos animais devem ser limpos com bucha ou escova semanalmente.
-Mantenha as canaletas e calhas desobstruídas para não acumularem água com a chegada das chuvas.
-Faça manutenção periódica de piscinas e caixas d’água.
-Coloque plantas que acumulam água em local coberto.
-Deixe lonas bem esticadas, evitando a formação de poças d’água.