Um belo chamado

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Publicado segunda, 28 de fevereiro de 2022

“Venho atender o que Deus tem me pedido.”

Padre Francisco Carlos, novo Cura da Catedral Diocesana

Nossa Senhora das Dores de Guaxupé-MG.

Quando nós não entendemos muito bem sobre determinado assunto, mas gostaríamos de opinar, devemos então nos aproximar, ler, estudar, pesquisar, perguntar, ampliar nossos conhecimentos, ouvir com atenção, buscar compreender enfim. Não é?

Pois bem...

Um dos campos de pesquisa da Psicologia é o estudo do comportamento religioso. Sabemos que a Religião influencia a mente e o coração das pessoas, promovendo nelas aperfeiçoamento pessoal, mudança de atitude, relações interpessoais sadias, alicerçadas em valores, e o principal valor é o respeito.

A humildade precede o respeito.

Filhos de pais humildes tem grandes chances de se tornarem humildes também. Serão cidadãos capazes de respeitar, obedecer regras e normas éticas de convivência social.

Humildade é uma das características marcantes do povo cristão.

A humildade irradia luz. Gostamos de estar bem pertinho de pessoas humildes.

A humildade comove, convence, converte.

O pobre, por sofrer maiores privações e até impiedosas opressões, costuma ser mais humilde. No entanto, sua força está no Senhor. É em Deus que continua vivendo e ainda sorrindo.

Padre Reginaldo da Silva, em sua última Missa na Catedral Diocesana Nossa Senhora das Dores, deixou, entre tantas outras mensagens, um pedido: “Lembrem-se dos pobres.”

O pedido do Padre foi o pedido de Jesus. Basta ler o Evangelho e constatar esse pedido.

Na noite do dia 25 de fevereiro de 2022, na Missa das 19h, conduzido pelo Bispo Dom José Lanza Neto, assume, canonicamente, como Cura da Catedral, o Padre Francisco Carlos Pereira (Padre Carlinhos), um padre de olhar profundo, que enxerga a fundo, que vê com os olhos de Cristo, que fala com a bondade do Senhor, que gesticula anunciando a alegria do Evangelho.

A Igreja Católica de Guaxupé tem ganhado uma sequência de sacerdotes que tem dado conforto e direção espiritual aos fiéis.

Padres assim são grandes colaboradores dos médicos e psicólogos, pois cuidando bem da dimensão espiritual do povo, ajudam os demais profissionais da saúde promoverem organização mental e equilíbrio emocional.

A Catedral não é somente um ponto turístico, um “cartão postal”. É muito mais do que isso! É um eficaz centro de evangelização.

Observando bem as imagens aqui deste artigo de saudações, você pode notar como o pequeno Francisco Carlos, menino, apenas uma criança, ao se tornar o Padre Carlinhos, mantém a devoção familiar de carinho e respeito pela Mãe de Jesus.

Maria...

Um dos mais brilhantes teólogos contemporâneos da Igreja, Frei Clodovis Boff, nos explica:

“O papel de Maria na história da salvação, pertence ao Plano de Deus...
Deus, na sua bondade, na sua sabedoria, decidiu escolher uma mãe para o Seu Filho que se encarnaria, se faria homem no meio de nós.
Maria pertence ao plano sapientíssimo, amorosíssimo e onipotente de Deus.
Nós precisamos entrar na lógica de Deus, para poder valorizar a pessoa de Maria. (...) Maria se identifica com o povo, e o povo se identifica com Maria. Maria também está na raiz dos grandes fatos históricos. Maria é a Mulher que leva a vitória! Ela é a Mulher profética e libertadora! Maria pertence ao Plano da Salvação, ela não pode ser dispensada da fé. Maria é a grande figura da fé, é a grande figura do seguimento, é a grande figura da Graça! Deus veio até nós por meio de Maria. É por meio de Maria que nós vamos até Deus. Essa é a lógica de Deus.”

Na Igreja de Jesus não existem imagens pagãs de adoração.

Ao contrário, na Igreja de Jesus existem imagens cristãs para veneração.

Adoração e veneração são conceitos e práticas completamente diferentes.

Essa diferenciação clara, esse discernimento histórico, está muito bem elucidado, esclarecido, ensinado, em todos os documentos oficiais do Magistério da Igreja.

Imagem serve para imaginar.

As imagens estimulam o refletir, favorecem o sentir. São princípios de ensino de eficaz fundamentação filosófica e psicológica.

Nada chega ao intelecto que não passe pelo sensível.

Preservamos especialmente aquilo que passou por uma experiência e nos comoveu.

Por isso e para isso, a Igreja preserva as imagens cristãs, sabiamente enquanto recursos de evangelização.

É fé da Igreja Católica um princípio sacerdotal de missão e conduta, de palavras e gestos: in persona christi, quer dizer, na pessoa de Cristo. No Altar e no dia a dia na comunidade, o bispo ou o padre deveria se assemelhar a Cristo, agir como Cristo. O sacerdote católico continua sendo um ser humano, frágil, limitado, necessita das orações de todos. O bom fruto dessa comunhão orante é um sacerdote mais acolhedor, mais amoroso, mais paciencioso, mais semelhante ao Pai, e uma comunidade mais fortalecida, menos dependente do padre o tempo todo. Todos ganham.

O benefício é para todos, incluindo a necessidade de aproximação e diálogo com as demais comunidades eclesiais, que são as Igrejas também cristãs, denominadas Protestantes ou Evangélicas.

Estamos vivendo dias difíceis, dias de intensas aflições, tribulações, doenças, pandemia, guerra. Mas dias de livramentos também, onde então a fé se renova e a esperança não morre.

O cristianismo de modo geral tem algo sempre desafiador diante de si: promover efetivamente a paz.

As religiões abraâmicas, monoteístas, com muita frequência declaram guerras. Todos se lembram das guerras já declaradas em nome de Moisés, Jesus e Maomé. Essas religiões são filhas de um mesmo Pai, disputando entre si a posse exclusiva da Verdade. Manifestam ódio em nome do Amor. Eis a incoerência. Eis o absurdo!

Eis o desafio: Fazer do amor, e não da guerra, a grande aposta para promover efetivamente a paz.