Publicado sexta, 12 de novembro de 2021
Justas foram as homenagens prestadas à memória de Edmaura dos Santos, a saudosa Maura da OAB, realizadas na última quarta-feira, 10, na nova sede da 57ª Subseção da OAB em Guaxupé, durante um evento destinado à campanha de prevenção ao câncer de mama e de próstata.
Maura tornou-se digna da estima e da admiração pública pelas suas invulgares qualidades. Mulher generosa, e de uma educação invejável, se tornou querida por todos e, querida se fez respeitada. Não que a sua posição na OAB o impusesse, mas pela simplicidade com que a todos acolhia. Ela se fez grande porque soube ser pequena entre os humildes. A modéstia foi a marca vincante de sua vida que mais não foi se não flor tripétala repartindo-se entre o lar que ela tanto amava, a subseção da OAB que ela enobrecia, e a pobreza sofredora que consolava.
Visivelmente emocionado, o mestre de cerimônia, Dr. Rogério José Alves, abrindo as solenidades, declarou: “antes de iniciarmos o evento gostaríamos de dedicar um poema à nossa querida e inesquecível “Maura”, que partiu em 05 de janeiro de 2021”.
Naquela oportunidade ele apresentou parte do poema “Quando o amanhã começar sem mim”, de autoria de David M. Romano, redigido em 1993;
Mas quando cruzei os portões do céu
Eu me senti em casa
Quando Deus olhou para mim e sorriu
De seu grande trono dourado,
Ele disse:
“Isto é a eternidade
E tudo o que lhe prometi.
Agora sua vida na Terra é passado
Mas aqui uma vida nova começa.
Eu prometo que não haverá amanhã,
Mas que o hoje durará par sempre.
E como todos os dias serão iguais,
Não haverá saudades do passado.
Você foi tão fiel
Tão confiável e verdadeira.
Embora tivesse feito coisas
Que sabia que não deveria
Mas você foi perdoada
E agora finalmente está livre.
Então que tal me dar a mão
E compartilhar da minha vida?
Logo, quando o amanhã começar sem mim.
Não pense que estamos separados,
Pois todas as vezes que pensar em mim,
Eu estarei dentro do coração.
Com a morte de Maura, como ela era mais conhecida, choravam os olhos, mas enterneciam os corações. Choravam aqueles porque ofuscara se a luz de uma criatura esplendidamente humana que todos nós aprendemos a admirar. Enterneciam-se os corações porque em templo se transformara para o culto de uma vida que foi exemplo dos mais sugestivos e admiráveis.
Portanto, a morte dela é dessas dores que não desesperam porque traz em si mesma o consolo. Dói, mas sugere o bem lenitivamente de que na promessa de um Deus infalível “há um ponto de luz bem mais alto para quem viveu pelo bem sobre a terra”.
Como o sândalo que perfuma o machado que corta, a morte de Maura feriu a nossa sensibilidade, mas envolveu-nos na certeza de que ela foi em busca daquelas mercês que são as moedas com que a Espiritualidade Maior resgata as grandes dívidas que Deus contrai entre os mortais.