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Guaxupé, 23 de abril de 2024


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“SOMOS OS RESPONSÁVEIS PELO RESULTADO DESSA BATALHA CONTRA A COVID”, afirma Dra Salma

Publicado domingo, 11 de abril de 2021





Abril começou triste para Guaxupé que contabilizou até sexta-feira, dia 9, 10 óbitos por coronavírus, sendo as vítimas 5 homens e 5 mulheres. Uma mesma família perdeu dois entes em um prazo de sete dias.

Dos 58 óbitos registrados na cidade, a vítima mais velha foi um homem de 99 anos, falecido em agosto de 2020. A vítima mais nova é uma mulher, de 35 anos, que faleceu no dia 7 de abril, semana passada.

Infelizmente a tendência da situação é piorar tanto nos casos de transmissão, quanto de óbitos, uma vez que os hospitais do Sul de Minas vêm registrando grande incidência da necessidade de internação e utilização de UTI, agora com um público mais novo em idade.

Dependendo do paciente, a necessidade de internação da UTI pode chegar até mais de um mês, o que demanda pouca rotatividade nas poucas unidades existentes.

Mesmo com abertura de novos leitos no Estado, a demanda está alta, a falta de insumos para intubação esteve no seu limite, e só após uma restrição mais rígida no isolamento social é que pode-se dizer que houve uma estabilização nas transmissões.

Em uma rápida entrevista com a médica Salma Gallate, ela explicou sobre o aumento dos óbitos na cidade: “Temos pacientes internados em estado grave de Covid 19 com mais de uma semana de evolução da doença,  demandando um quadro avançado de inflamação pulmonar, e com isso rápida evolução para insuficiência respiratória e a necessidade de ventilação mecânica. Em outras situações temos pacientes internados por muitos dias, até meses, que evoluem com infecções oportunistas e outras complicações inerentes ao tempo prolongado de ventilação mecânica e de internação em UTI ocasionando as mortes”.

O início das vacinações foi um alívio e algumas cidades brasileiras já registram queda nos casos graves envolvendo pessoas idosas. Por outro lado, como a vacinação não será em massa, o risco da Covid-19 criar variante como tem ocorrido é bem maior, e o receio é de que as vacinas percam sua eficácia. Circulação de novas variantes do vírus já foi identificada em Uberlândia, Montes Claros, BH e em Araçuaí, no Vale do Jequitinhonha.

“Enquanto diversos países adotaram medidas restritivas para frear novas ondas de infecção, o Brasil segue sofrendo para aplicar estratégias básicas. Nossa população não aderiu de forma adequada às máscaras e ao distanciamento social”, afirmou Flávio Guimarães da Fonseca, presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), em entrevista à revista Veja Saúde. Ele ainda explicou: “Outra razão para a situação alarmante em que o Brasil se encontra é a lenta vacinação dentro de um cenário com grande contaminação”.

Flávio alerta que “a ciência ainda não sabe ao certo qual a capacidade de as diferentes vacinas disponíveis bloquearem a transmissão do coronavírus de uma pessoa para outra — o que já está claro são as taxas de eficácia na prevenção do surgimento de sintomas da Covid-19. Isso significa que, em um cenário onde muita gente não recebeu suas doses, as poucas pessoas imunizadas devem seguir adotando o distanciamento social, o uso de máscara e por aí vai”,

O ISOLAMENTO É ESSENCIAL

As restrições de aglomerações, as orientações de distanciamento e isolamento social,  o isolamento social e domiciliar dos contaminados e seus contatos, são as únicas armas que temos para o combate ao vírus. Se não diminuíram as internações e muito menos os contaminados é porque essas regras não estão sendo cumpridas”, afirma a médica Salma.

“Desde o início da pandemia sabemos se tratar de uma infecção grave, que disseminou milhares de pessoas pelo mundo afora, sem um tratamento específico e seguro. O maior número de óbitos reflete um maior número de contaminados, uma demora na procura de internações com médicos preparados para o atendimento, uma maior exposição ao vírus e com isso uma maior replicação viral.

As expectativas até o momento são muito reservadas e ruins.

Existe hoje uma demanda altíssima por leitos de internação nas UTIS Covid e nas enfermarias Covid. Posso afirmar que 90% ou mais das procuras por leitos de internação são para tratamento do coronavírus.

A projeção que imagino é que em breve todos estaremos infectados e a resposta à infecção estará dependendo de já estarmos vacinados, das condições próprias do nosso sistema imune, das comorbidades como hipertensão, obesidade, diabetes mellitus, doenças pulmonares pré-existentes, entre as principais causas do agravamento da doença.

Portanto, está em nossas mãos: somos os responsáveis pelo resultado dessa batalha contra o Sars-Cov-2!”, finaliza a médica.




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