Publicado terça, 21 de janeiro de 2020
O número de inspeções para identificação e remoção de ligações irregulares e clandestinas cresceu mais de 65% em Minas Gerais em 2019, conforme dados da Cemig. Em 2018, foram realizadas 185 mil inspeções pela companhia, e no ano passado, a empresa alcançou um recorde histórico de fiscalizações: 306 mil.
O aumento das inspeções tem o objetivo de reduzir o desvio de 4,2% da energia fornecida pela empresa em sua área de concessão, o que compromete a qualidade e causa um prejuízo de R$ 450 milhões por ano.
Somente em Montes Claros, a Cemig visitou 22.470 mil unidades, encontrando 5.653 mil irregularidades. O objetivo das inspeções é reduzir o número de fraudes na rede de distribuição, uma vez que as perdas decorrentes das ligações irregulares refletem não somente na economia da empresa, mas também da população, já que a energia furtada é considerada na composição da tarifa de energia elétrica.
Além das inspeções de rotina, a Cemig realiza periodicamente mutirões para regularizar as unidades que possuem algum tipo de fraude, inclusive acompanhada da Polícia. Além disso, o gerente de Medição e Perdas da Cemig, Luiz Renato Fraga Rios, destaca o Centro Integrado de Medição (CIM), responsável por acompanhar o consumo em tempo real dos clientes da companhia.
“Acompanhamos o consumo de mais de 8,5 milhões de unidades consumidoras e, além de fazer a rotina diária de inspeções por meio dessas avaliações de consumo, realizamos mutirões em todo o estado. 2019 foi um ano histórico, com o maior número de irregularidades encontradas e, ao corrigi-las, conseguimos preservar os interesses da sociedade que paga suas contas de forma correta e a receita da companhia.”, destaca.
A população também pode auxiliar a companhia no combate ao furto de energia, denunciando irregularidades. Essas denúncias são feitas de forma anônima pelo telefone 116 e demais canais de comunicação da Cemig.
Em 2020, companhia planeja quase 800 mil fiscalizações em Minas Gerais
Se em 2019, a Cemig realizou 306 mil inspeções, em 2020 a companhia pretende fazer cerca de 800 mil fiscalizações em medidores em todo o estado. Recentemente, a companhia contratou 556 técnicos para se dedicarem a esse trabalho, além de outros técnicos para modernizarem o parque de medição.
“A Cemig tem intensificado a quantidade de inspeções e em 2020, faremos um número recorde de aproximadamente 800 mil inspeções, instalando medidores eletrônicos com alarmes anti-perdas em várias unidades. Tais medidores possibilitam a indicação em tempo real da intervenção. Vamos mudar o patamar tecnológico da empresa.”, destaca Luiz Renato Fraga Rios.
Ainda segundo o gerente, a tarifa dos consumidores mineiros poderia ser até 5% mais barata se não houvesse ligações irregulares e clandestinas na área de concessão da Cemig. Por prejudicar a sociedade e pelo fato do furto de energia ser um crime tipificado no Artigo 155 do Código Penal, a Companhia investe em operações periódicas, inclusive com a presença da Polícia, buscando criminalizar os responsáveis.
“O prejuízo é compartilhado entre a Cemig e a comunidade. É como se fosse um condomínio com dez moradores. Se um não pagar corretamente, a taxa vai ficar mais alta para os nove que pagam corretamente. Daí a importância do nosso trabalho para a sociedade.”, compara o gerente Rios.
Cemig conta com Laboratório de análise de medidores com suspeita de irregularidade
Ao identificar uma suspeita de irregularidade na medição de energia, o eletricista da Cemig retira o medidor da unidade consumidora e lacra o aparelho em envelope plástico específico. Logo depois, ele instala um novo equipamento e envia o antigo aparelho para o laboratório da companhia, que é certificado pelo Inmetro. Lá, é feita uma análise detalhada para identificar possíveis intervenções no medidor. Segundo Marcelo Moreira, engenheiro de Medição e Perdas da Cemig, o cliente pode acompanhar todo o processo de avaliação. Por dia, a empresa recebe cerca de 450 equipamentos com suspeitas de fraude para análise.
Caso seja confirmada a irregularidade pela Cemig, o titular da unidade consumidora pode responder criminalmente, já que a intervenção é crime previsto no artigo 155 do Código Penal e estipula multa e pena de até oito anos de reclusão, além da obrigação de pagamento de um custo administrativo de até R$ 3.980 e ressarcimento de até 36 meses da energia faturada a menor, de forma retroativa.
“Além da sobrecarga na rede elétrica, as ligações irregulares podem causar graves acidentes e danos aos equipamentos elétricos e queda na qualidade da energia. Vale lembrar, ainda, que várias ocorrências de rompimento de fios e queima de transformadores são registradas devido a essa prática criminosa”, afirma Marcelo Moreira.